Em uma partida que prometia ser equilibrada, o Cruzeiro acabou sendo prejudicado por uma controversa decisão da arbitragem e perdeu para o Internacional por 3 a 0, em Porto Alegre, no último domingo (06/04). O jogo começou com as duas equipes trocando momentos de domínio, mas o cenário mudaria após o árbitro Marcelo de Lima Henrique tomar decisões polêmicas que alteraram o rumo da partida.
O Jogo e o Erro Crucial
Aos 6 minutos do primeiro tempo, o Cruzeiro teve a oportunidade de abrir o placar com Eduardo, que balançou as redes. No entanto, o gol foi anulado pela arbitragem, que assinalou saída de bola pela linha de fundo, algo contestado pelos jogadores e comissão técnica celeste. A situação mais polêmica aconteceu aos 20 minutos, quando o árbitro expulsou Jonathan Jesus após uma disputa com o atacante Wesley, do Internacional, na entrada da área. O lance gerou grande reclamação por parte do Cruzeiro, que pediu a revisão do lance através do VAR, mas Marcelo de Lima Henrique ignorou o pedido e manteve a expulsão.
Aproveitamento do Internacional
Com um jogador a mais em campo, o Internacional não demorou a aproveitar a vantagem numérica. Aos 30 minutos, Alan Patrick abriu o placar para os donos da casa. Seis minutos depois, Enner Valencia ampliou a vantagem após cobrança de escanteio e falha do goleiro Cássio. Ambas as equipes ainda criaram boas oportunidades até o final do primeiro tempo, mas a situação parecia já controlada pelo Inter.
No início do segundo tempo, o Internacional aumentou ainda mais a vantagem com Wesley, que marcou o terceiro gol após uma jogada confusa. O atacante, que finalizou após uma dividida com Fabrício Bruno, acertou a trave, mas no rebote, arrematou deitado e fez o gol. Porém, o gol foi anulado por um toque de braço de Carbonero na jogada. A partida seguiu com o domínio do Internacional, e aos 31 minutos, Borré fez o último gol da partida, em uma bela jogada individual.
Protesto do Cruzeiro
Diante da decisão polêmica, os jogadores do Cruzeiro protestaram veementemente contra a expulsão de Jonathan Jesus, e, como forma de protesto, nenhum jogador ou membro da comissão técnica falou com a imprensa após o jogo. O posicionamento oficial ficou a cargo do dono do clube, Pedro Lourenço, que afirmou que um primeiro contato já havia sido feito com a Comissão de Arbitragem da CBF.
Em entrevista coletiva, Lourenço criticou duramente a arbitragem e a utilização do VAR. “O Alexandre (Mattos) está em Belo Horizonte, já fez contato com a Comissão de Arbitragem. O Cruzeiro não vai se calar nisso, vamos defender o nosso direito. A gente quer o tratamento igual. Não podemos ficar quase todo jogo sendo prejudicado. Pra que se paga o VAR? Se tem a tecnologia é para ser usada. Não sei qual a intenção do juiz, não posso julgar a pessoa, mas é muito lamentável o que aconteceu com a gente hoje. Na realidade, acabou com o jogo, né”, lamentou.
Explicação da CBF

Após o jogo, a CBF divulgou o áudio do VAR, no qual a árbitra Daiane analisou o lance da expulsão de Jonathan. Ela destacou que o zagueiro cometeu “um contato imprudente” em Wesley. A árbitra explicou que, apesar da proximidade de outro defensor, Jonathan era o último homem e derrubou o atacante dentro da área, sendo, portanto, passível de expulsão.
“Claramente, a falta é fora da área. Preciso confirmar a identidade. Quem faz a falta é o número 34 (Jonathan Jesus)”, iniciou Daiane. “Eu consigo ver claramente um contato imprudente do jogador 34, é ele o jogador faltoso”, apontou.
Daiane finalizou dizendo que o cartão vermelho foi “muito bem aplicado” e confirmou a decisão do árbitro Marcelo de Lima Henrique.
Nota Oficial do Cruzeiro
Em nota oficial, o Cruzeiro expressou indignação com o ocorrido e cobrou mudanças na arbitragem brasileira. “Estamos cansados”, disse o clube. “O que aconteceu neste domingo chega às barras da má vontade, da incapacidade, arrogância, prepotência e falta de controle total de quem é responsável pela arbitragem no futebol brasileiro”, afirmou a nota. O clube questionou a utilização do VAR, ressaltando que, se a tecnologia está disponível, ela deveria ser utilizada para corrigir erros evidentes.
A nota também criticou a postura das autoridades do futebol brasileiro, afirmando que, apesar dos protestos e vídeos enviados, nada é feito para melhorar a arbitragem. “Quando será que alguém vai fazer algo para melhorar a arbitragem e acabar com a soberba e a arrogância de quem também deveria zelar pelo futebol?”, indagou o Cruzeiro.
A pressão por uma revisão do processo de arbitragem no Brasil parece estar longe de se acalmar, e o Cruzeiro prometeu continuar buscando justiça para o erro cometido no confronto contra o Internacional.
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